Em princípio um vilarejo francês de tirar o fôlego, não só pela beleza. Um destino inspirador.
Mas o que visitar em Rocamadour? E por que a cidade está no caminho francês dos peregrinos que querem chegar à Santiago de Compostela?
Não sou especialista no assunto, mas deixo aqui detalhes sobre esta cidade que está no caminho francês.
Há muitas rotas de peregrinação no caminho à Santiago de Compostela. Terras francesas, espanholas, portuguesas. Todas recebem anualmente muitos peregrinos, que se aventuram por paisagens históricas e importantes em seu caminho de fé. A cidade medieval de Rocamadour é uma delas.
Vá direto ao ponto...
A CIDADE MEDIEVAL DE ROCAMADOUR
Situada no departamento de Lot, região da Occitânia, no sudoeste da França e encravada nas rochas dos cânions do Rio Alzou, a visão de Rocamadour surpreende já na chegada.
Seu nome vem de roc amator (amante das rochas) ou a rocha de São Amador.
Estávamos de carro, vindos de um passeio em uma caverna chamada Gouffre de Padirac (outro lugar inspirador que será assunto para um futuro post). Pegamos um acesso sinuoso nas proximidades do Parque Regional de Causses de Quercy, que prepara os visitantes para uma volta no tempo.
Contudo, visitar Rocamadour pede um certo preparo físico. Muitas escadas (que alguns peregrinos encaram de joelhos) separam a rua principal das diversas igrejas e criptas do santuário.
Há quem chegue à Rocamadour pelo alto, por outra estrada, estaciona o carro próximo ao templo, faz a descida e usa um elevador para amenizar o retorno.
Um lugar inspirador, que serviria de cenário para muitas histórias, talvez não tão turbulentas como a real.
ROCAMADOUR E A VIRGEM NEGRA
Conta-se que ali viveu o eremita Zaqueu de Jericó, que amava as rochas e após fugir da Palestina, teria trazido ao local a estátua da Virgem Negra. Anos depois, o corpo do eremita foi localizado e tido como Santo Amador.
Muitos milagres foram atribuídos ao túmulo de Zaqueu e à Virgem. Assim, a cidade começou a atrair peregrinos cristãos de todo o mundo.
Pessoas importantes e até reis viajavam à Rocamadour para pedir as bençãos da Virgem. Foi o caso de Louis XIV, que visitava o Santuário antes de entrar em guerra.
Mas a cidade também sofreu com conflitos, invasões e muitos saques.
Alternativas de subida para os peregrinos
Se houver qualquer dificuldade de locomoção há um elevador (paga-se 2 euros) que leva até metade do caminho. Lá encontramos o santuário da Virgem Negra, parada obrigatória antes de seguir ao topo.
Mas a subida pode ser feita também por rampas em meio às árvores, caminho mais agradável.
Grutas com imagens sagradas e alguns pontos de parada para orações, são opções para os peregrinos.
Conselho: se a peregrinação não é o seu caso, suba pelas rampas em meio à natureza e deixe as escadas para a descida.
Entretanto a subida compensa, (além é claro das questões de fé) a vista incrível do vale nos faz esquecer o cansaço.
A ROCAMADOUR TURÍSTICA
Como não visitávamos Rocamadour como peregrinos, optamos por passar duas noites na cidade, assim fizemos a subida com tranquilidade.
Mas para o visitante que hesita em encarar a peregrinação ao santuário, passar um tempo apreciando a vista do vale na varanda de um restaurante, bebendo vinho ou provando o famoso e forte queijo de cabra da cidade, pode ser uma opção.
E para os que não dispensam umas comprinhas a caminhada é na rua principal com lojas, restaurantes e poucos hotéis que ocupam belas construções antigas.
Enfim, como estávamos no final da viagem (veja abaixo nosso mapa de viagem pela Dordonha), encontramos boas opções para aquela lembrança de última hora, também com produtos de outras regiões da França.
DICAS PRÁTICAS PARA SUA VIAGEM À ROCAMADOUR
1- Onde ficar?
Nossa escolha foi o Hotel Beau Site Rocamadour, excelente opção da rede Best Western. Localizado na rua principal, com estacionamento, restaurante próprio e quartos com vista para a rua/santuário ou para o vale.
Há também muitas opções de hotéis e pousadas ao redor da cidade.
2- O que comer?
Gostamos muito do restaurante Jehan de Valon (do próprio hotel) que além de um bar-bistrôt na rua principal, possui um belo terraço. A vista para o vale em um jantar especial é inesquecível. Ali, há duas opções de café da manhã (no terraço ou no bistrôt), além de alguns menus especiais para almoço ou jantar. Consulte o cardápio e valores no site do hotel .
Na rua principal há diversos restaurantes com opções para lanches rápidos, saladas, pizzas ou crepes, além é claro, de pratos típicos da região com patos, trufas ou foie gras. Experimente!
Por fim, depois do jantar não deixe de passear pelas ruas vazias da cidade. À noite os turistas vão embora e a cidade será toda sua.
Esta região belíssima nos reservou também outras surpresas, como a cidade de Bergerac. Veja mais no post: Conheça Bergerac e seu Cyrano, na Dordonha.
Consulte também a primeira parte de nossa viagem, na região de Bretanha. Comece pelo post: Fougères: seu castelo e circuito literário.
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Bon Voyage!
Publicitária, escritora e mãe da Pink e da Charlotte.
Além de escrever, amo falar sobre livros e viagens.